2/14/11

THECIRCLE @ Temple of Doom Metal

E porque não? E porque não um trabalho de remisturas? Para alguns, esta nova proposta dos alentejanos Process Of Guilt poderá soar descabida ou completamente non-sense, mas o facto é que esta ideia arrojada - há que o admitir -, acaba por encaixar bastante bem num processo de maturação que a banda vem vivendo desde os seus primórdios, o que não quer dizer que vá, futuramente, enveredar por esses caminhos - as experiências conhecidas por todos, relativamente a incursões dessa índole, fez muita gente torcer o nariz e, diga-se, a qualidade desses mesmos trabalhos também foi questionável -, julgamos.
Um disco de remisturas de uma banda de Metal, talvez não seja muito habitual, e muito menos o será o de uma banda alicerçada no Doom/Death Metal, para mais sedeada em... Portugal! E as versões versam, desculpem a redundância, sobre o mesmo tema! Mas até nisso achamos que esse é mais um ponto a favor.
Gravitando em torno de "The Circle (Erosion Part I)", que abre este mesmo trabalho em jeito de ligação a "Erosion" e, ao mesmo tempo, servir de comparação às novas roupagens trazidas por nomes como Sanford Parker (dos Minsk e Buried At Sea), Echoes Of Yul, os nacionais DJ Mofo e Bosque e os espanhóis Sons Of Bronson (Toni Querol, dos Lords Of Bukkake), os pouco mais de 30 minutos de música evidenciam uma nítida remodelação do tema original, com algumas vocalizações novas, toadas mais ambientais, mas sempre pintadas em tons cinzentos, criando cenários soturnos mas, ao mesmo tempo, cativantes.
São cinco visões de um mesmo tema e outras tantas poderiam estar por aqui que, possivelmente, trariam algo de novo na sua interpretação desta música dos Process Of Guilt.
Derivativas à sua maneira, nenhuma das reinterpretações está "encostada" ao original; aqui e ali encontra-se uma linha de guitarra, uma batida de bateria "retirada" do original, mas no essencial, tudo é desconstruído e é criada uma nova base musical.
Estamos, portanto, longe dos terrenos em que normalmente vemos o quarteto movimentar-se, mas não deixam de ser áridos, erodidos pela acção dos elementos; para ouvir, sem rodeios.
Quem andava à procura do sucessor de "Ocean Remixes/Reinterpretations", dos Isis, ou de um trabalho qualquer dos Jesu, pode muito bem encontrá-lo aqui, antes que esgote! (15/20)

written: 12.02.2011 by BloodTells

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